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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011




Menção Honrosa
Categoria Poesia

Monlevade em mãos de artista

_ Podes, então, artesão amigo,
teceres um tapete de seda ou de corda
retratando, nele, a tua Terra Natal?

Nem imaginas o quanto me alegras
Com o teu sim, a tua arte e, também,
Com tamanha disposição...

Não que eu queira podar a tua criatividade,
Mas sugiro que nele teças alguns detalhes:
Inicia pela Igreja São José Operário
e aquela mata em seu entorno!
Sei que sabes – consumirás todo o teu estoque de linhas verdes.
(Reponho-as, se precisares delas mais tarde!)

Não te esqueças das casinhas dos operários,
Nosso presépio já consagrado e reconhecido em toda a região!

Enriquece-o, também, com leves toques de tuas artistas mãos,
Com silhuetas dos operários na lida e no ir e vir à fábrica, antiga Belog-Mineira.
Repica, em torno dessa mesma localidade, figuras femininas com seus balaios de
verduras equilibrados sobre as cabeças, humildes verdureiras; também crianças antigas
de pé no chão, “os boieiros”.
Alguns poucos elegantes homens de terno e gravata, estrangeiros, a conversarem e,
vez ou outra, confirma, em teus traços, as baforadas que soltavam com teus finos (e caros) charutos.

Retrata o Cassino movido por tuas lembranças mais íntimas e poéticas.
Esboça o Colégio de Tábuas e outras miragens inesquecíveis daquela época.
(O que surgir de agradável em tua imaginação!)

Não permitas, gentil artesão, que teus dedos se firam no manuseio que milhões de
vezes farás com a tua ferramenta de trabalho: a agulha...
senão, a cor vibrante do sangue no tapete derramado, entristecerá tua arte.
(Desta vez, pelo menos desta vez, não queremos tristeza numa obra-prima).

Continua a tecer, sem esqueceres dos pombos e dos verdeados lagartos e aranhas dos
muros de pedras, das imponentes palmeiras imperiais da Fazenda Solar e todos os detalhes visíveis à sensibilidade de teu olhar!

Vai, artesão, construindo o que sentes, imprimindo em teu tapete o que nesta terra
já viveste intensamente.
Amarra teus sonhos nas casas geminadas de quintais com árvores copadas que se debruçam entre os rios.
Corrige as ruas calçadas de pedras que lembram tantos amores e, reforça
tuas pegadas em tuas lembranças, nas paisagens reais que, ainda, podem compor o
cenário monlevadense.

Anda como sempre e sorria com tua simplicidade estampada no rosto.
Mantém teus cabelos cacheados e longos, sempre despreocupados com pentes e
tesouras! Tuas marcas são próprias de artistas na essência da vida.

Teu ser é atemporal, tua presença, um gesto natural das mãos divinas!
Ah, não te esqueças dos carneirinhos vistos por quase todos da cidade,
no alto daqueles morros na outra parte da cidade...tão alvinhos, tão trabalhadores...
(Quero mirá-los na tua tela-tapete, acompanhá-los na subida e descida do mato.)
Sei que tens especial predileção pelas crianças.
Então, salpica-as em todos os buraquinhos que, por ventura,
Encontrares em teu tapete, serão as crianças do Grupo Monlevadense e de hoje.

O arremate final, querido artesão,
Ficará, também, por tua conta.
Porém, se quiseres, doar-te-ei a minha caixinha de trequinhos mágicos.
Nela, encontrarás fios largos, nenhum estreito, de felicidade, lacinhos de ternura, fitas de pureza e recortes de tecidos que, um dia, foram vestimentas do amor.
Confesso-te que tudo isso, guardado nessa caixinha, foram presentinhos que
ganhei dos anjos dessa cidade, com os quais convivi e ainda convivo.

Peço-te que, se sobrevoares sentado em teu tapete em nossa João Monlevade, leva-me
contigo e, quando estivermos bem alto, creio que eu não abrirei os olhos, tenho vertigens.
Então, contempla os Rios Piracicaba e Santa Bárbara, a Serra do Seara e tantos outros lugares de que agora não me lembro...
Faze isso por mim e sentirei saudades das paisagens aéreas que não
vi voo do tapete bordado de uma cidade!

Ah, e quando aterrissares... oh, fico feliz com o que me revelas!
O fundo do tapete se libertará de uma película, que o tornará autocolante.
Dessa forma, encravar-se-á no chão dessa terra e, dela, fará parte como um
asfalto cultural permanente, desses que expressam o sonho e a beleza
de um povo sensível, cuja história traduz-se em trabalho e se é registrada
pela inspiração da arte, seja no entrelaçar de linhas de um anônimo artesão,
que tece à luz de tuas lembranças, da prosa com o conterrâneo ou antigo morador
e das imagens coloridas, cobertas de sorrisos oriundas
da tua Terra Natal: João Monlevade!





 Menção Honrosa
Categoria Poesia

Nostalgia
Rita de Cássia Abreu e Silva

Agora só me restam as lembranças
De um tempo mágico, fagueiro
Onde eu podia deslizar
Sem receio, no universo
Afinal, sempre e sempre, lá estava ela

Naveguei por muitos anos
Nas ondas de seus seios
Que acolhiam, envolviam e embalavam
O corpo meu, os sonhos meus, os dedos meus...
E com sua voz transformava-os em canção
Dando um concerto para saudar o arco-íris

Mas de repente, ela se foi
Levando consigo um ramo de sol
Dentro da noite fria
E o manto estrelado da natureza
Comemorou sua presença, sua beleza

Hoje sei de todas as importâncias da vida que
Cabem dentro do ser
Porque com ela, simplesmente aprendi.
A ternura oceânica do seu olhar me guia por todos
os horizontes,
Sua sabedoria imensurável deixo brilhar distraída
Também no meu rosto
Suas delicadezas secretas quero ver explodir
Por todos os anos que a vida me brindar

Por isso vou assim no meu caminho... tão apenas andando
É que agora só me restam as lembranças
De um tempo mágico, fagueiro...




Poesia classificada em 1º Lugar no II Concurso Literário 
                      "Prêmio Valores da Nossa Gente".

 Como ler um rio dentro da cidade original
Geraldo Magela Ferreira


joão cabral de melo neto
Se tivesse visto o piracicaba
imaginaria "um cão sem plumas”?

  
todo rio faz
uma releitura
lenta
digestiva
das geografias
que assimila

nenhum rio escolhe uma cidade
elas se erguem
à revelia
invadem margens
violam a água

a cidade surgiu
do ferro e fogo
com esse rio
nas entranhas
serpente de fúria
e calmaria

durante as cheias
lambia casas
devorava incautos
depois acalmava-se
numa sonolenta
vigília surda

a calda do rio
como o corpo
dos homens
absorveu o aço
seus fluídos
seu ácido

as águas rubras
semimortas
não sentiram
o corpo urbano
indócil
expandir-se

na margem virtual
da cidade outra
lia-se o rio como morto
sem traduzir seus
ritos e tragédias
ou deduzir seu esgoto

mas o rio seguia
a sua escrita
selvagem
pouco denso
menos químico
mas indivisível

enquanto a memória
sonâmbula
esquecia o rio
emparedado
na releitura eterna
da cidade original.







Poesia classificada em 2º Lugar no II Concurso Literário 

"Prêmio Valores da Nossa Gente".


Todas as noites
Jacqueline Silvério Fernandes

Todas as noites, adorno-me de teus braços.
E enquanto tuas mãos passeiam por minha alma,
Fecho os olhos de minhas antigas lembranças
E permito-me o tecer em tempo de tua doçura em mim.
Quero que me despertes os versos perdidos
E que a tua suavidade atinja a Luz do meu destino
E eu possa, enfim, exalar o perfume desse canto
Ainda em mim acortinado de invernos assombros.
Todas as noites, quero florescer em tua boca.
Não para roubar-te o sangue, o fogo, as asas em vôo,
Mas para seduzir-te o coração ainda incerto de mim,
Ainda temente de adeus e de morte.
Sim! Ainda sou esse poeta errante.
Ainda em mim o grito velado, o peito em combates,
A vida recolhida em crepúsculos de melancolia.
Ainda em mim esse solstício de amor, de amar...
Sim! Ainda careço que me sustentes o ar em desassossego.
Que me ampares nas emoções em desatino.
Que me acolhas na solidão do que ainda não aprendi a ser
Para ser de todo a poesia que me chama à vida...
Todas as noites, quero-te em beijo e pão.
Como a prenunciar-me a primavera que não tardará
A acometer-nos de girantes bailados de estrelas
Emergidas do teu cesto silvestre de amor.
Todas as noites quero-te entardecida em mim.
À espera do meu ser poente de grãos e fome.
Porque não há nada que mais desejo em mim
Senão amar-te assim estreitada de sonhos
Adornados em minha alma.

Poesia classificada em 3º Lugar no II Concurso Literário 

"Prêmio Valores da Nossa Gente".


Uma flauta e uma moça: simples personagens 

da Praça do Povo

Denise Andrade Alvarenga


Avenida Getúlio Vargas, palcos de grandes personagens!

Dos famosos aos mais anônimos.

Personagens esses que se escondem, que se revelam ou que se sentem superiores.

Entre tantas montanhas e escadarias, vê-se a Praça do Povo, de onde se ouve, ao longe uma música.

Uma música de uma nota só...

Bem mais possante que se comparada aos ruídos dos veículos e com a habilidade de um  cantor soprano, com capacidade suficiente de entorpecer pássaros e enlouquecer os homens.

Quem passa por lá pode vê-las: a moça e a flauta-doce da moça. Com seus lábios grudados naquela flauta, a moça traduz o que um ser humano é capaz de revelar com talento e simplicidade.

A moça muda da Praça do Povo, tocando sua música de uma nota só, merece respeito, uma salva de palmas, e mais: um ramalhete de rosas vermelhinhas simbolizando a sua presença, essencial e permanente, naquele local.

Ela, a moça, mostra sua arte no som da flauta, porque lhe falta...a voz!

Não fala através de palavras, porém, o instrumento musical por ela adotado, lhe oferece a participação num mundo barulhento e, que exprime sons diversos, desde o choro de uma criança até as palavras sábias de um mestre!

Personagens (flauta e moça) que, aos olhos frios são invisíveis, porém, naqueles que percebem beija-flores e borboletas, imprescindíveis seres no cenário da Praça...

Ouça o som da flauta e repare como a moça fala através dela!

Depois, pergunte-se:

_O que significa uma flauta doce atuante, presa à boca de uma moça muda?

Talvez seja uma cena enviada pelos anjos, aos homens, de que é necessário reconhecer que a vida é para ser ouvida, mesmo que seja ouvida através de uma música de uma nota só; manuseada por uma moça que anseia falar com palavras, mas, já entende o mundo dos sons, dos mansos e dos aflitos...
Esse mundo que permite ensurdecer os indiferentes com sua flauta-doce, instrumento por ela eleito para derrubar o seu silêncio e a omissão de sua voz!





quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Crônica classificada em 1º Lugar no II Concurso Literário 
"Prêmio Valores da Nossa Gente".




“Era dia quando a noite me pegou de surpresa”
                                 Marcelo Manuel de Melo

Nem havia ainda chegado o dia de vir ao mundo. Mas dentro de um ventre estava inquieto, como se querendo romper as barreiras naturais do parto e surgir em dias. Mas a calma de minha mãe era paciente e sua barriga crescia, como qualquer negra ou branca, prenha. E surgia na casa de alpendre vermelho, de azul nas janelas, mais um arrebento cujo cordão era cortado pela parteira, que subia do Areia Preta até a velha Vila Tanque. Comunhões eram oficializadas e se tornavam sagradas.

E era manhã quando, pela primeira vez, entrei em uma lotação que descia a Contorno, cujo ponto era um pedaço de madeira, com letras verticais onde se lia “Ponto”. Nem conhecia bem as palavras! E, de mãos dadas com minha mãe, sempre paciente, descíamos para a feira, atrás do Geo, de frente para o seu morro. Afinal, tratavam-no como “Morro do Geo”. Era o proprietário. Vislumbrei-me com aquela correria, desde a subida, como se estivesse entrando em terras estranhas. Uma rua funcionava um enorme mercado. Novo para entender aquilo tudo, minha mãe relatava a sua história e contava os causos dos personagens daquele enorme conglomerado de gente. E de cada porta por onde entravam e saiam tantas pessoas... Cresci com aquilo ao meu redor. E vivi cada manhã, semanalmente, desde a lotação que passava em frente à minha casa de alpendre vermelhão, subindo os degraus do coletivo – já sem as mãos dadas com minha mãe – até descer no “Ponto” da Leiteria.

Chegava e já era dia. Entrava por aquele imenso mercado. Quase todos caminhavam pela rua de calçamento. O passeio era pouco usado. Também trânsito ali era coisa que não preocupava muito. Podíamos atravessar sem muita pressa e sem medo, da Farmácia de Seu Juventino Caldeira até o outro lado, na Cobal. Bom parar ali e prosear com ele, o farmacêutico/político. Sempre sorridente. E o “Sô” José Braz, da famosa Casa Braz. Ou ainda a Casas Maluf, da simpática Dona Farid. Tudo levava o nome de “Casa”, ou o singular no plural, como a Casas Jaime. Ah, e as Casas Lotéricas, do JG. Para um pouco variar, o Bar Primavera. Mas nada que fugisse à regra. Afinal ainda faziam parte do Complexo a Casa do Pescador e a Casa do “João Gordo”. Será que era falta de criatividade ou costume mesmo? Uma cidade começando a surgir dentro das montanhas de Minas e sua pacata Vila Operária “quanto mais simples, melhor”... Talvez explicasse tantos homônimos.
Havia ainda o “andar de cima”, da Granja e da Delegacia de Polícia. E sempre alerta o Soldado Paixão. Tudo mágico, como o caixeiro viajante que ficava na entrada, à entrada do Mercado. Pertinho dali um artista, o “anfitrião” da praça, Seu Enéias, vendedor de amendoins, que atraia os fregueses tocando a sua flauta transversal, doce, como fazendo poesia. Negro, altivo e bonito. Simples.

Praça do Mercado, o meu caminho desde os tempos das matinês no Cine Monlevade. Domingos, às 10 da manhã, assistindo o mascarado Zorro e à “dupla dinâmica”, Batman e Robin. Nem imaginávamos, em nossa infância e ingenuidade, que ali já se prenunciava uma relação entre pessoas do mesmo sexo. E nem que o simples ato de levar pipoca para dentro do escuro do cinema já fazia parte de outro enredo. Duca Pinduca, o “ladrão de açúcar”. Geraldo moleza conduzindo sua lotação, que saia da praça – em frente à Assistência Médica -, até a velha Vila. Entre a arquitetura em estilo neo-clássico. Do banheiro público à farmácia de Seu Vicente. E as ruas brotadas pelas origens indígenas da Tupis, Tabajaras, Guaranis... E a Cidade-Alta!
Mas eis que o dia desaparece e a noite me pega de surpresa. Os anos 1980 ficariam marcados para sempre como a “Década da Destruição”. Do Grêmio ao Ideal dos ideais progressistas. Do União Operário e do Bar do Bené, do Bar de Seu Simões e do Bar Para Todos. Pois todos éramos nós, que perderíamos a nossa identidade e a nossa cidadania como cidadãos de uma cidade.

E também a minha mãe, Dona Geralda, que viajou e se juntou às estrelas. Mas deixou como herança a sua sabedoria e a sua força. E a sua fé. Entre a Praça do Mercado até o Morro do Geo. Parada na Praça do Cinema, quase em frente à Portaria-1 da usina da Belgo-Mineira. Tudo sucumbiu. E sem projetos, perdemos a ilusão do exemplo da Ave Fênix. Pois nada ressurgirá das cinzas.
















Crônica classificada em 2º Lugar no II concurso Literário "Prêmio Valores da Nossa Gente"


Grilos Monlevadenses 
Adriana Cristina Freitas




O ano era 1996. O Brasil ganhara a copa do mundo. João Monlevade também comemorava, afinal, é brasileira também. Até as calcinhas das adolescentes era verde-amarela. Confetes feitos especialmente para a comemoração; alegria, buzinaço. Malba andava pelas ruas, após o show do 14 Bis sob um sereno fino que começara molhando seu rosto e os olhos, bem geladinho; todavia ela não estava nem aí, tomara ficasse bem doente para alguém se importar com ela. Cansara de tudo e de todos. Ouvia uns rasgos de vozes aqui e ali, uns risos, uns sons mais abafados, outros mais audíveis... idosos de olhos tristes, jogando damas na praça do Ponto Fiscal.
_Ei Malba! Que você está fazendo toda distraída, menina!
Era uma amiga, da época do EMIP. Cabelos pintados de rubro, nas unhas, esmalte cor do carvão, agora curtíssimas, mas já foram imensas, numa época em que cismavam ser diferentes. Dez anos passaram-se, hoje, pelo contrário, todos parecem ser iguais: os mesmos carros, celulares, Ipad. Ela prezava a liberdade às próprias opiniões, e seus discos, avessa a modismos. Detestava clichês e enquanto todos dormiam, ela sentava para olhar as estrelas. De tudo o mais, o que Malba tinha era uma sede de viver, uma eterna fome do novo. Putz! Qual o problema querer dar um basta nos pensamentos pessimistas e ser feliz de vez em quando?
_ Eu? Nada.
_ Você vai ficar encharcada, eu, heim, parece doida. Não trouxe sombrinha?
Devia ter dito louca, você parece uma lagarta listrada.
_ Não. Depois que perdi três, não carrego mais.
Não estava a fim de comemorar nada; a perda da inocência, o antagonismo senil numa cabeça de 20 anos. Insanidade porque sonha e não gosta de fofocar; faz sim de vez em quando um comentário irônico, que choca. Curte MPB, conversa com o gafanhoto verde que pousa na janela e tem uma bruta vontade de escrever quando lê Lygia. Outra atitude que contrastava com a amiga, que odiava ler. Tinha de sede de mergulhar naquelas paisagens de Londres, bebericando um chá com Hercule Poirot. Nas montanhas italianas, desertos tuaregues, no Morro do Livramento de Machado de Assis, no enclausuramento das mulheres dos anos 20, nas memórias dos tropeiros que circundavam os rios Piracicaba e Santa Bárbara, nas aventuras do desconhecido, que causavam nela uma ânsia, um desejo extasiado de viajar e conhecer tantas excentricidades, comprovar tantas belezas.
Os anos 90, mais e mais, pareciam marcados por um falso livre-arbítrio para seres incompletos, fadados à exérese do descontente, do aparente, do rótulo. Principalmente da cerveja. Nunca vira tantas mesas com bêbados. E o casaco do bichinho verde, cai, revelando um esqueleto patético, frágil. E este mesmo bichinho não tem fuga. A folha que o disfarçara, é pequena e não se confunde mais com suas asas, ele não as têm mais. Vive casmurro no buraco escuro.
O bichinho acorda de repente e se fantasia de palco, de luz, de música. Parece que ainda há poesia no ar, pois, Malba olha o horizonte que por vezes a vira crescer. Carregando uma pesada mochila, vindo da escola, com trezentos livros didáticos não-consumíveis, cujo conteúdo não estudara nem a metade, caminhando na rodovia, travestida de menino, para que os caminhoneiros não oferecessem carona. Andar um quilômetro, caminho sem fim.
Ela está sorrindo para a amiga; o horizonte revela a metamorfose do antigo colégio Israel Pinheiro, ele é hoje a Universidade Federal de Ouro Preto: mudou de endereço. Nele, passara bons momentos na recém-inaugurada piscina. Tantos amigos-ocultos nos finais de ano, recebendo discos de presente, como Rita Lee, Bossa in Roll, num bolachão, guardado com carinho até ontem, pois hoje pode mudar de idéia e desfazer-se deles. O disco empenou, as ruas mudaram e as pessoas também. O legado da cidade que acordou metrópole.
Mas é aqui que fica o coração.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Crônica classificada em 3º Lugar no II Concurso Literário
"Prêmio Valores da Nossa Gente"

Pagamento na floresta
Maria do Rosário Pontes Figueiredo

         Estava muito escuro e havia um barulho estridente de cigarras cantando por todos os lados e eu não conseguia entender o que estava se passando naquele momento.
           Ao meu redor, uma verdadeira floresta e, no entanto, eu estava dentro de um caixa de banco, com todos os componentes para fazer um atendimento.
          A fila estava quilométrica, chegando a me deixar apavorada, e mesmo que eu não parasse de atender às pessoas, a fila não diminuía nunca.
          De repente ouvi um rugido, parecido como o de uma onça, e quase morri de susto, pois havia um leão a poucos metros de distância.
           Às vezes, tudo parecia normal e eu podia identificar a agência bancária, que ficava no “Zebrão”, onde eu trabalhava naquela época, em meados dos anos “90”.
           Nessa época, ainda não havia muita informatização, e não contávamos com a ajuda de computadores, sendo usadas antigas máquinas de somar e de autenticar.
            O movimento bancário era enorme porque na “C.S.B.M.” antiga Belgo e atual “Arcelor-Mittal”, havia muito mais funcionários e o pagamento deles era feito em dois dias, divididos pelos números das suas chapas.
            Mesmo quando tudo estava tranqüilo, e os pagamentos aconteciam normalmente, o cenário mudava um pouco e aparecia algo que não era normal para aquele ambiente.
             Um novo rugido se fez e dessa vez foi muito mais assustador.
        Todo mundo começou a correr e, mesmo no sufoco, consegui identificar alguns clientes, e o mais engraçado era que, de alguns deles eu me lembrava até do número da conta corrente.
             Uma enorme labareda apareceu bem na minha frente e percebi que a floresta inteira estava fumegante. 
            Animais corriam apavorados e pessoas também, mas mesmo assim os clientes que estavam chegando ao caixa, reclamavam que não tinham recebido e que era para eu passar o dinheiro pra eles assim mesmo, porque ainda dava tempo de correr.
           De repente houve uma explosão e tudo voou pelos ares, inclusive todo o dinheiro que estava naquele caixa.
             Escutei um barulho, parecido com uma sirene, e sai correndo.
             Foi aí que eu percebi que o meu despertador estava tocando e que estava amanhecendo.
            Só então me dei conta de que era mais um dia “11” em minha vida e que estava na hora de acordar para ir trabalhar no “Banco Real”, em mais um dia de pagamento da C.S.B.M.
            É lógico que essa agência bancária ficava no vestiário da companhia, mais conhecido como “Zebrão” e não em uma floresta em chamas.
            Este dia terminou sendo muito divertido, porque enquanto eu atendia os clientes do banco, lembrava-me do “sonho” que tive à noite e ria sozinha, causando curiosidade em algumas pessoas.
          Uma amiga comentou que estava exausta e que parecia estar em uma selva, sendo perseguida por animais, porque as suas pernas estavam doendo de tanto ficar em pé.
Aí sim eu comecei a rir sem parar e alguns funcionários, vestidos com os seus uniformes, olhavam para mim e, no mínimo pensavam: Essa menina deve ser maluca.
Maluco foi eu ter que trabalhar duro no sonho e logo que amanheceu, ter que vir trabalhar de novo!



 


           


domingo, 20 de novembro de 2011

AS OBRAS VENCEDORAS DO CONCURSO LITERÁRIO VALORES DA NOSSA GENTE 2011

À partir de hoje, estaremos publicando as crônicas e poesias vencedoras do Concurso Literário Valores da Nossa Gente. Pra começar, publicamos duas crônicas que mereceram prêmios especiais de menção honrosa, pela sensibilidade e sentimento dos dois textos. Trata-se das crônicas HERANÇA DE JOÃO MONLEVADE, de Nadja Lírio e O SEMEADOR DE SONHOS, de Raphael Godoy. Não publicaremos tudo de uma vez, para dar tempo dos leitores se deliciarem com os textos, em doses homeopáticos. De qualquer maneira, ficamos muito felizes com o resultado e agradecemos a todos por terem atendido ao nosso chamado e participado. Em seguida, publicaremos as outras peças premiadas.

MENÇÃO HONROSA - HERANÇAS DE JOÃO MONLEVADE - NADJA LIRIO

-Vem, menina! Entra já pra dentro! – Gritava minha avó, sem notar o pleonasmo, da porta do alpendre. – Vem, que tá na hora da janta ! Mas, Nossa Senhora das Alma, olha a sua cor! Você tá pretinha de minério! Sangue de Jesus Cristo têm poder! – Nunca entendi porque, todas as noites ela ainda se surpreendia! Quem criou três filhas e uma neta do bairro Areia Preta, já devia ter se acostumado... depois de um dia de piques mil (pique pega, esconde, bandeira...) de branco mesmo, só se vêem os dentes. Não era coisa que desse pra evitar! Mesmo assim, toda noite, Dona Terezinha tinha que dizer o nome dos santos em vão! - Só mais dez minutinhos, vó! Por favor!!! – eu sempre tentava dissuadi-la, mas eu sabia que uma menina esquelética de cabelos emaranhados, pés descalços e preta de fuligem, não era lá a imagem pura com o apelo inocente necessário pra dobrar  vó Terezinha. – Nada disso! E depois de tomar banho, nem pensa em sair pra fora de novo! – com certeza,  o pleonasmo era a figura de linguagem predileta da vó.
Não tornei a insistir. Não naquele dia,  pois era aniversário do meu avô Carlos...a família Caldeira viria em peso e a turma da seresta alegraria a todos no quintal. Lalá no violão , Seu Cardoso do bandolim, Maria Jequiri, nossa Dalva de Oliveira,  seu Alípio no acordeom...Tio Gerson pegaria o tantã e entoaria sambas em infra-sons. Era um dia esperado, pra cantar com eles as canções de outros tempos. Tempos que não conheci.
 Minha mãe, me ensinou cada uma dessas canções, aos acordes do violão do vô quando, nas noites claras de sábado, pegávamos seis cadeiras, dois travesseiros e um cobertor, e íamos pro quintal. Eu deitava e ela tocava pra mim, à luz dos astros no céu. Mas naquele dia, além do violão, soariam bandolim, percussão, cavaco, acordeom . Eu juntaria minha voz a tantas outras, partilharia suas memórias e emoções, cantaria à memória do que eu não vivi e,o melhor de tudo,  havia empadinha de queijo da vó e torta de amendoim da Tia Stella .(a mesma torta por anos a fio, celebração após celebração, sem perder a delícia, nem o fascínio). O som logo encheria a casa e pintaria nos rostos sorrisos maiores.Hoje penso comigo que aqueles dias foram a semente da sina que hoje trago comigo, uma sina árdua e fascinante: a sina dos cantadores.
Tomei um banho quente de escaldar. Na porta do banheiro, minha vó já carregava nas mãos seu instrumento de tortura: a escova de cabelo.Sofria com aquilo. Primeiro, desembaraçar aos solavanos até os fios quase soltarem do couro cabeludo, depois , pentear pra trás bem rente e prender num rabo com uma força de rasgar os olhos e esticar a cara. Era minha vez de chamar em vão pelos santos.
Ao fim da tortura, já chegavam os convidados, e a casa se enfeitou de gente. Os cheiros, o burburinho...ainda posso senti-los...
 Esperei a roda se formar e me sentei ao lado da mãe. Afinaram os instrumentos e por um instante , que me pareceu longo demais, decidiram que música seria: As Pastorinhas!. Hoje me recordo que foi numa dessas noites de festa,  que ouvi a música de Noel pela primeira vez. “O último bilhete” era peça certa do repertório da trupe. Mal sabia eu, bebendo aqueles sons, que ao poeta daqueles versos dedicaria um tributo mais de quinze anos depois. Longe de obra do acaso, o efeito da memória e seus dedos a nos coçar a alma, sempre nos levam a caminhos familiares. Eu era uma criança e ignorava o presente se tornando memória, a me construir o caráter, o gosto, os sonhos.  Ignorava que a mesma luz que brincava no rosto de meu avô quando tocava com os amigos, luz ausente em dias comuns de senhor um pouco ranzinza, era a luz que aquecia meu peito naquelas noites e ainda o faz quando subo no palco. Ignorava também que aquelas reuniões esculpiriam no futuro minha noção ideal de família, o que me levou a embalar a minha ao som das mesmas raras melodias. Melodias para regar sorrisos fartos e a força frugal pra mantê-los em tempos árduos. Naquela noite a festa se estendeu na madrugada mas morreu bem antes do alvorecer. Há alguns anos Seu Cardoso se foi, e depois dele outros também. Alguns rostos, de tão remotos, me fogem à memória. Hoje me assola a saudade como o frio em ferida antiga. Mas ao passo que me dói, muito mais me afaga e inspira. Pois sei que ainda trago comigo o presente daqueles dias...
A música e o minério nos ossos,
Minhas asas e meus membros,
Minha luz e minha força...
Minhas heranças de João Monlevade.

MENÇÃO HONROSA - O SEMEADOR DE SONHOS - RAPHAEL GODOY

Era tudo uma questão de tempo. Ele já sabia disto desde o início. Ele não era um engenheiro, médico, administrador ou coisa do tipo. Talvez, tivesse no máximo o ensino fundamental completo. Mas, uma coisa era certa, ele tinha sonhos e os sonhos não precisam de muito para se tornar realidade. Coragem, fé e perseverança, são mais do que o suficiente para transformar qualquer desejo e conquista.
Assim foi com o Sr. Augusto, homem da terra, acostumado com a vida rural, habituado a acordar antes de todos e dormir junto com o sol. Não tinha muitos luxos ou caprichos, viveu mais de 90 anos, comendo feijão temperado com banha de porco e mais um monte de coisas que a medicina atual condena. Pouco, ou quase nada convive com ele. Mas seu chapéu panamá, sua bengala e o rosto marcado pelas suas vitórias se tornaram inesquecíveis para mim.
Augusto, apesar da idade, não era de falar sobre seus dissabores, suas dores, ou enchia a cabeça dos jovens e adultos com filosofias de quem já viveu o bastante para escrever um verdadeiro tratado sobre a vida. Ele era mais simples do que isto, e por isto mesmo se tornava imenso aos meus olhos. De todas as prosas que tinha a que mais gostava era das coisas de infância. Das brincadeiras com os irmãos e das surras que levava dos pais quando aprontava demais.
Mas ele era ainda mais do que isto. Como disse antes, Augusto era um sonhador. Em um de seus sonhos, viu em uma pequena cidade, um grande potencial. Com algum esforço, juntou algum dinheiro e comprou, aqui, em João Monlevade, um pedaço de terra, coisa pouca para os dias de hoje. Na época, Carneirinhos não podia ser chamado de bairro, tampouco de centro comercial. Mas, ali ele plantou a semente de seus sonhos.
Augusto não era Monlevadense, como muitos que contribuíram para o desenvolvimento de João Monlevade, ele também não morava por aqui, mas queria que os filhos não precisassem de trabalhar como ele trabalhou, ele desejava mais para eles. Assim, apostou alto que Monlevade cresceria, e cresceu.
Pouco tempo depois, se instalava no Centro Comercial, uma das mais tradicionais casas de confecção da cidade. Pouco falamos sobre isto, na verdade, ele mesmo nunca me contou isto. Fiquei sabendo por outras pessoas que tanto o admiravam. Mas, posso imaginar o quão feliz e realizado ele se sentia toda vez que via aquele comércio, que para ele era mais que isso, era a realização de um sonho.
E seu sonho deu frutos. Outras lojas foram se instalando aos poucos, e a cidade foi tomando corpo, aquela região que antes não era nada, passou a ser cada vez mais freqüentada, a cidade foi se urbanizando, saindo das dependências da indústria, saindo aos poucos do centro industrial, e ganhando sua independência. Por pouco não foi o pioneiro, mas investir em algo que ainda não existe, é dar um tiro em um alvo, iluminado apenas por um fio de luz chamado sonho.
Talvez, de todas as lições aprendidas com o velho Augusto, a mais importante, foi esta. Não foi uma lição falada, e sim uma demonstração clara de como podemos realizar aquilo que queremos.
Há dois anos, Augusto faleceu. Deixou para sua família, muito mais que um comércio, uma casa e um bom pedaço de terra. Deixou exemplos. Exemplos de lutas, de perseverança, de fé, de sonhos. Bom e velho Sr. Augusto.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

REGULAMENTO CONCURSO LITERÁRIO "VALORES DA NOSSA GENTE 2011"

REGULAMENTO DO II CONCURSO LITERÁRIO PRÊMIO
“VALORES DA NOSSA GENTE”, CATEGORIAS CRÔNICA e POESIA 2011.

O Município de João Monlevade, por intermédio da Fundação Casa de Cultura de João Monlevade, no intuito de promover e incentivar a cultura e identificar talentos literários convoca todos os interessados a participar do seu II Concurso Literário Prêmio “VALORES DA NOSSA GENTE”, nos termos das normas a seguir especificadas:
DA REALIZAÇÃO DO CONCURSO:
O Concurso será realizado pela Prefeitura Municipal de João Monlevade, através da Fundação Casa de Cultura, em parceria com diversos colaboradores, entre apoiadores e patrocinadores.
1. - DO OBJETO E FINALIDADE:
Constitui o objeto do presente Concurso, incentivar e despertar o interesse e o gosto pela leitura e pela escrita, oferecer condições para que todos os interessados participem de atividades socioculturais e educativas, estimular a atividade criativa, e oportunizar o resgate e valorização da cultura local e regional.
2. - DO TEMA:
O tema é livre, podendo o participante destacar: a paisagem local, o patrimônio histórico-cultural, as tradições populares, os personagens e costumes do município.
3. - DAS MODALIDADES E CATEGORIAS:
O II Concurso Literário Prêmio “VALORES DA NOSSA GENTE” contemplará duas modalidades: CRÔNICA e POESIA.
4. - DAS CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO:
4.1 - Poderão participar do Concurso todos os interessados nascidos ou residentes em João Monlevade.
4.2 - É vedada a participação de funcionários da Fundação Casa de Cultura, patrocinadores e apoiadores do concurso, que venham colaborar na organização do evento, bem como seus respectivos cônjuges e familiares até segundo grau.
- Cada autor poderá concorrer com o máximo de quatro obras, sendo duas por categoria (crônica ou poesia). Porém, apenas uma obra poderá ser premiada por autor.
5. - DAS INSCRIÇÕES:

5.1 - As inscrições são gratuitas e estarão abertas no período de 14/09/2011 a
04/11/2011.

5.2 - As inscrições deverão ser feitas pessoalmente no prédio da Fundação Casa de Cultura de João Monlevade, Rua Timóteo, 172 - Bairro Lucília - João Monlevade, de segunda a sexta-feira, exceto feriados, no horário de 08 as 11 e 13 às 17h.
Através dos correios, sendo consideradas somente as inscrições postadas dentro do prazo estabelecido para as inscrições, e também via Internet pelo site: www.pmjm.mg.gov.br.

Não serão aceitas inscrições feitas fora do prazo.
5.3 - As obras devem, obrigatoriamente, ser inéditas não tendo sido publicadas em parte ou em sua totalidade e escritas em língua portuguesa, ficando automaticamente eliminadas, em qualquer etapa do concurso, aquelas já publicadas ou divulgadas por qualquer meio, no todo ou em parte.
5.4 - As obras deverão ser digitadas ou datilografadas em papel tamanho A4, em apenas uma das faces do papel, corpo 12, fonte Arial, com espaço 1,5, com no máximo 60 (sessenta) linhas cada uma.
5.5 - Na página de rosto de cada cópia deverão constar o nome do concurso, o título da obra, o pseudônimo do autor e a categoria. As demais páginas deverão estar seqüencialmente numeradas.
5.7 – Para as inscrições efetuadas via Correios ou pessoalmente, deverão ser apresentadas em 03 (três) vias. Tais vias deverão ser entregues em um só envelope, lacrado, indicando o nome do Concurso, o título da obra, o pseudônimo do autor e a categoria. Dentro desse mesmo envelope deverá conter um envelope menor com a ficha de inscrição fornecida para o concurso, cópia de carteira de identidade ou certidão de nascimento. Em caso de menor de idade, deverá conter a assinatura do responsável legal.
6. - DA PREMIAÇÃO
6.1 – Serão premiados os 03 primeiros colocados em cada categoria (Crônica e Poesia), a saber:
1º lugar: R$ 600,00.
2º lugar: R$ 400,00.
3º lugar: R$ 200,00.
* A premiação será realizada em local e datas a serem definidos pela organização.
7. – DA SELEÇÃO:
7.1 - O processo de seleção será realizado em 2 (duas) etapas:
7.2 - A primeira etapa consiste na conferência da documentação recebida e no atendimento às exigências deste Regulamento.
7.3 - As obras que estiverem em conformidade com os itens deste Regulamento serão habilitadas, as demais serão inabilitadas.
7.4 - A segunda etapa consiste na avaliação, pelos jurados, de cada uma das Comissões Julgadoras, do conteúdo das obras habilitadas na primeira etapa.
8. – DA AVALIAÇÃO E RESULTADO
8.1 - Cada categoria contará com uma comissão julgadora específica, formada por três nomes ligados à literatura e com reconhecida capacidade artístico-cultural. Ambas as comissões podem conceber Menções Honrosas. Todos os julgadores serão indicados pela Fundação Casa de Cultura de João Monlevade.
8.2 – A comissão Julgadora guiará seus trabalhos a partir dos seguintes critérios: objetividade, clareza e originalidade.
8.3 – O resultado será divulgado a partir do dia 09/11/2011.
9. - DAS DISPOSIÇÕES FINAIS:
9.1 - Não haverá em nenhuma hipótese a devolução dos textos concorrentes.
9.2 - As decisões das Comissões Julgadoras são irrecorríveis.
9.3 - O descumprimento das obrigações e regras constantes do presente Edital, por qualquer dos participantes, implicará na sua eliminação imediata.
9.4 - Mediante o ato de inscrição, os participantes do concurso, incluindo os vencedores, desde logo autorizam a veiculação de seus nomes e textos, bem como permitem aos organizadores, a critério próprio, sem limite de tempo nem incidência de quaisquer ônus, a utilização ou divulgação dos textos inscritos no concurso em portfólios, em websites ou homepages na internet (inclusive nas aplicações interativas), livros, revistas, jornais, outdoors, exposições e eventos institucionais, desde que esses usos não tenham finalidade comercial.
9.4 - Os casos omissos neste regulamento serão resolvidos pela coordenação do concurso e comissão julgadora.
João Monlevade, 14 de setembro de 2011.

Marcos José Martino de Abreu Lima
Presidente da Fundação Casa de Cultura

RETIFICAÇÃO DO REGULAMENTO DO II CONCURSO LITERÁRIO PRÊMIO “VALORES DA NOSSA GENTE” 2011.


DAS ALTERAÇÕES:

2. - DO TEMA:
O tema é livre, podendo ou não o participante destacar: a paisagem local, o patrimônio histórico-cultural, as tradições populares, os personagens e costumes do município.

4. - DAS CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO:
4.1 - Poderão participar do Concurso todos os interessados nascidos, residentes ou que comprovadamente tenham residido em João Monlevade,


FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DO AUTOR

II Concurso Literário Prêmio Valores da Nossa Gente

Categoria: ..........................................................................................................................

Título da Obra: ...................................................................................................................

Pseudônimo do Autor: ........................................................................................................

Nome do Autor: ..................................................................................................................

Data de Nascimento: ...........................................................................................................
Cidade de Nascimento: .......................................................................................................
Estado:......................................................UF.:................País:............................................
RG:................................................ Órgão expedidor: .......................................................
CPF: ..........................................Profissão:.........................................................................
Estado Civil: .......................................................................................................................
Endereço: ........................................................................................................ Nº:............. Bairro:........................................................... Cidade:.........................................................
Estado: ......................................... CEP: .............................................................................
E- mail:................................................................................................................................
Tel. Residencial(DDD): ........................................Comercial (DDD): ...............................
Cel. (DDD): ................................................

Declaro para os devidos fins que a obra: ______________________________________ _______________________________________________________________ é inédita, não tendo sido publicada de forma impressa ou virtual, no seu todo ou em parte, ou divulgada por qualquer meio de comunicação.
Autorizo a publicação de exemplares da obra: _________________________________
_____________________________________________________________________
pela Fundação Casa de Cultura de João Monlevade e a sua distribuição em bibliotecas, escolas, e outras instituições , caso seja a vencedora do Concurso Literário Prêmio Valores da Nossa Gente.


Assinatura do Autor:


__________________________________________________________________
(Assinatura idêntica a da Carteira de Identidade)